Ao longo dos últimos anos, vemos nosso planeta e a nossa sociedade sendo impactada por grandes transformações culturais, por mudanças de valores, conceitos e quebra de paradigmas, impulsionados, principalmente, pelo advento da pandemia e pela atual crise climática que enfrentamos.
Com tantas mudanças rápidas acontecendo e desafios complexos a serem resolvidos, é fato que não há mais espaço – e tempo – para repetir velhos moldes de padrões e comportamentos que se tornaram obsoletos na sociedade moderna. Essa revisão de conceitos, fez com que o mercado financeiro direcionasse o olhar para empresas com alta capacidade de inovação e adaptação de seus processos para atender às atuais demandas da sociedade.
Seguindo o movimento do mercado internacional, em meados de 2020 a sigla ESG ganhou espaços em diálogos corporativos no Brasil, se tornando uma potência a ser observada, mas ainda deixando lacunas de dúvidas a respeito do tema. Há quem acredite que ESG é apenas um termo abreviado para falar sobre sustentabilidade, entretanto, apesar de não serem termos dissonantes, representam tópicos diferentes.
A sigla ESG definida em inglês para abordar os fatores environmental, social e governance, em português, “ambiental, social e governança”, abrange, sim, um conjunto de práticas sustentáveis, mas também fornece uma gama de conceitos ainda maiores, como priorizar a saúde e o bem-estar do planeta, das pessoas, das relações internas e externas, incluindo a comunidade local, sociedade civil, profissionais e investidores, além de normas de compliance e boas práticas na gestão corporativa, reavaliando aspectos empresariais, quando necessário, a fim de trabalhar em benefício da redução de injustiças e desigualdades a nível social e econômico.
O futuro do investimento é ESG
É estratégico adquirir um planejamento sobre desenvolvimento sustentável que esteja alinhado com os propósitos da organização e seus respectivos valores, para que as empresas continuem prosperando e além de fazer a diferença através de atitudes pautadas em práticas ESG, como atual com transparência, ética e integridade.
No mercado financeiro, as práticas ESG já são consideradas para análises de investimentos, impulsionando a adoção destas práticas que reforçam a sustentabilidade empresarial. Investir em empresas que conseguem se adaptar às mudanças e apoiar o desenvolvimento sustentável, se tornou um dos critérios mais relevantes para sociedade.
De acordo com dados da Global Sustainable Investment Alliance, os chamados “investimentos responsáveis” já representam mais de 31 trilhões de dólares e 36% dos ativos totais, visto que práticas ESG também auxiliam as organizações a elaborar processos e políticas mais eficientes, resultando em um aumento da resiliência corporativa durante crises e garantindo a segurança do negócio.
ESG na prática
Tanto no setor público quanto no setor privado, as organizações recebem pressão da sociedade civil, investidores, clientes e colaboradores, para reconhecer suas externalidades negativas e ampliar esforços, a fim de gerar impacto positivo na sociedade, aprimorando a relação da organização com seu entorno. As ações tomadas pelas organizações ao adotar práticas ESG, variam de acordo com o modelo de atuação individual de cada negócio, entretanto, tais ações refletem em múltiplos benefícios a nível ambiental, social e econômico, tanto na escala individual quanto global. Reconhecer oportunidades de melhoria através de diretrizes em relatórios já existentes, como por exemplo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU ou os 10 princípios do Pacto Global, é o ponto de partida para descobrir uma série de medidas que podem ser implementadas na prática ESG dentro das organizações.
Inovação, tecnologia e impacto
De soluções mais simples às mais complexas, considerar o uso e o investimento em inovação e tecnologia nas organizações ao adotar práticas de ESG, é fundamental para compreender as dificuldades e interesses do público-alvo, da sociedade, dos investidores e parceiros, viabilizando novos processos, metodologias e práticas que caminham lado a lado com os propósitos e valores da organização, a partir de dados estruturados que permitem a tomada de decisões assertivas em diferentes níveis organizacionais. Em termos de governança, transparência e sustentabilidade, a tecnologia é uma ferramenta aliada que estimula o avanço em benefício de um futuro próspero, através de uma experiência de conexão entre propósito e valores, integrada ao impacto positivo.
Com a prática da ESG, organizações que visam apenas números e lucros, ignorando as necessidades e anseios da sociedade e do planeta, ficam para trás. É preciso reconhecer que através da inovação e da tecnologia, torna-se possível resolver questões complexas, reduzir desigualdades e permitir com que grupos em situação de vulnerabilidade tenham oportunidades cada vez mais eficazes e inclusivas.
Por meio da inovação, cria-se espaços para desenvolver soluções eficientes às demandas mais complexas da nossa sociedade, através da integração de máquinas, sistemas e metodologias eficientes que auxiliam na adoção de melhores práticas e na contribuição com a comunidade.
A recente COP26, sediada em Glasgow, é um grande exemplo de que inovação, tecnologia e práticas ESG são fatores que caminham lado a lado. Diversos negócios – incluindo 5 startups brasileiras – foram selecionadas pelo CivTech Alliance COP26 Global Scale-up Programme, através de uma aliança entre a InvestSP, o IdeiaGov e o BrazilLab, para apresentar soluções favoráveis ao desenvolvimento do futuro sustentável.
O ecossistema de inovação e impacto no Brasil está completamente relacionado com as metas que devem ser cumpridas a nível global e, através de inovação em conjunto com a tecnologia, desenvolvem-se base de dados consistentes que viabilizam oportunidades de melhoria, destacam práticas de sucesso, além de facilitar o desenvolvimento de novas dinâmicas, estratégias e metodologias mensuráveis.
Fonte: IdeiaGOV
