GovTech Index 2020: Brasil ocupa a quarta posição em Índice Iberoamericano sobre Govtech
Trata-se do primeiro índice que avalia uso de soluções digitais no setor público e o grau de amadurecimento dos empreendimentos inovadores que agregam valor à gestão dos governos.
O CAF – Banco de desenvolvimento da América Latina – e a Oxford Insights publicaram neste semana um relatório com o primeiro Índice GovTech mundial, focado na América Latina, Portugal e Espanha. O Brasil ficou em 4º lugar entre os países pesquisados. Nosso Diretor, Guilherme Dominguez, teve a oportunidade de contribuir nas entrevistas para elaboração do documento, que fornece um panorama de oportunidades e ferramentas para fortalecimento da Transformação Digital em governos, com apoio de Startups e Dados Abertos.
O Índice, apresentado no estudo GovTech 2020 Index: Empowering Govtech Ecossystems na Ibero-América, usa três variáveis como referência – startups digitais, políticas governamentais e sistemas de compras – e conclui que os países ibero-americanos precisam aplicar mais massiva e eficiente as novas soluções digitais baseadas em dados, de forma a oferecer melhores serviços aos cidadãos e movê-los para o centro de suas gestões.
Apesar da heterogeneidade da região, o Índice GovTech 2020 sugere que os países mais digitalizados estão melhor posicionados para aproveitar os ecossistemas govtech. As cidades têm maior potencial de aproveitar essas novas tendências, dado o dinamismo das startups e políticas digitais tradicionais para promover o empreendedorismo digital, como visto em cidades como Buenos Aires, Cidade do México e São Paulo.
O ranking do Índice GovTech 2020 por país é liderado pela Espanha, com uma pontuação de 6,6 em 10, seguida por Portugal (6,2), e Chile (5,3). O Brasil ocupa a 4ª colocação (5,2), seguido por México, que atingiu a mesma pontuação (5,2). A lista segue com Uruguai (5,1), Colômbia (5), Argentina (4,1), Costa Rica (4), Peru (4), Panamá (3,9), República Dominicana (3,7), Bolívia (3, 6), Equador (3,6), Paraguai (3,4) e Venezuela (2,3).
Na análise sobre as cidades, o Índice destaca o exemplo de Guadalajara, no México, que por meio do Visualizador Ubano (Visor Urbano, em espanhol) está facilitando o processamento de licenças para projetos comerciais ou de construção inteiramente na web, ajudando os cidadãos a obter informações sobre desenvolvimento urbano do município. Também é destacado o caso de sucesso dos municípios de La Rioja, Alta Gracia e Rosario, na Argentina, onde a MuniDigital oferece um sistema de dados em tempo real, baseado na nuvem, que permite aos cidadãos enviar alertas, registrar reclamações e receber notícias sobre desenvolvimentos recentes em seu município. Finalmente, Teresina, no Brasil, está usando a tecnologia blockchain e a inteligência artificial para obter um sistema de transporte público mais eficiente, digitalizando os dados dos passageiros.
“A recomendação mais importante do Índice GovTech 2020 é o enorme potencial e o crescente dinamismo dessas startups digitais que têm uma vocação pública e desejam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. O governo propõe novas alianças público-privadas para acelerar a transformação digital das administrações públicas. Sua contribuição será fundamental para a recuperação da crise do COVID-19, que será marcada pela aceleração da transformação digital do Estado”, explica Carlos Santiso, diretor da Direção de Inovação Digital do Estado do CAF.
Dado que os ecossistemas GovTech surgiram recentemente, e considerando a aceleração da transformação digital dos governos em resposta à crise do COVID-19, o estudo prevê que, nos próximos anos, eles registrarão um aumento considerável, pois há um apetite crescente por parte dos governos a melhorar seus esforços tradicionais por meio de novas soluções digitais. Embora a América Latina, Espanha e Portugal tenham melhorado a incorporação de estratégias digitais, apenas alguns países reconhecem em suas políticas públicas a importância das govtechs.
Confira na íntegra a publicação do GovTech Index 2020 neste link.